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Um mestre, lá no longínquo Oriente, um dia, enquanto caminhava à borda da água, viu um escorpião que estava lutando para não se afogar. O mestre decidiu tirá-lo da água, mas quando pegou nele, o escorpião ferrou-o. Na reacção reflexa à dor que sentiu, o mestre largou o escorpião da mão e o animal caiu de novo na água ficando outra vez em risco de se afogar. O mestre tentou tirá-lo novamente e novamente o animal o picou. Alguém que ali se chegara e estava observando aproximou-se do mestre e disse-lhe:
- Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?
O mestre respondeu:
- A natureza do escorpião é picar, e a minha é ajudar. Ele não mudará a dele, mas também não mudará a minha.
Então, o mestre olhou em volta, pegou numa folha larga que por ali encontrou e, com a ajuda da folha, tirou o escorpião da água e salvou-lhe a vida.
O escorpião foi-se dali logo embora para o meio da vegetação. O mestre seguiu-o com o olhar até que o animal desapareceu completamente por entre a vegetação. Olhou depois o sujeito que o interpelara e o observava agora em silêncio e com ar atónito. Levantou a mão que o escorpião picara duas vezes e fez um aceno franco e simpático ao sujeito que não deixava de o olhar.
- Passe um bom dia, amigo!...
E lá foi, continuando o seu caminho.